25 de Novembro de 2025

Celebrações do Novembro Negro fortalecem identidade e cultura afro-brasileira, no Sertão do São Francisco

Foto: Ascom/SEC

As escolas da rede estadual vinculadas ao Núcleo Territorial de Educação do Sertão do São Francisco (NTE 10) movimentaram o mês de novembro com uma programação diversificada, que destacou a importância da Consciência Negra. As 39 unidades e 80 anexos dos dez municípios desenvolveram ações que envolveram música, dança, teatro, capoeira, audiovisual e outras expressões culturais, reforçando o reconhecimento da ancestralidade e o respeito à identidade afro-brasileira. O conjunto das atividades foi resultado do trabalho construído ao longo do ano letivo em toda a Bahia, consolidando práticas pedagógicas voltadas para a educação antirracista da Secretaria da Educação do Estado (SEC).

As atividades evidenciaram o compromisso das escolas com a valorização da história do povo negro, promovendo igualdade racial e estimulando reflexões sobre o impacto dessa herança na formação social do Brasil. O diretor do NTE 10, Regivaldo Menezes, ressaltou o esforço. “Este movimento fortalece o protagonismo estudantil, amplia o debate sobre consciência racial e reafirma o compromisso da rede estadual com uma educação que valoriza a história e a cultura afro-brasileira”.

Ações que alcançaram a comunidade

Um dos pontos centrais das iniciativas foi a integração entre estudantes, professores, gestores e membros das comunidades locais, fortalecendo vínculos e ampliando o alcance das ações.  O professor de Filosofia do Colégio Estadual Doutor Juca Sento Sé, Elton Rocha, destacou a força mobilizadora da 2ª Caminhada Contra o Racismo, realizada no município de Sento Sé. “Geramos visibilidade para a causa antirracista. Como disse Angela Davis, em uma sociedade racista não basta não ser racista. É necessário ser antirracista”, declarou, citando a filósofa e ativista norte-americana. O professor reforçou a relevância da mobilização. “Racismo é crime. Precisamos valorizar o povo negro, que tem importância histórica na formação da sociedade brasileira em diversos aspectos”.

A professora de História do Colégio Democrático Estadual Professora Florentina Alves dos Santos (CODEFAS), Juliana Duarte, descreveu sua participação como uma vivência marcante. “Tivemos a oportunidade de levar para além dos muros da escola todo trabalho pedagógico desenvolvido ao longo do ano, dialogando diretamente com a comunidade e valorizando a nossa ancestralidade e identidade”. A professora destacou, ainda, que os materiais sobre comunidades quilombolas foram compartilhados, via QR Code, no desfile realizado em Juazeiro. “Buscamos ampliar o alcance do aprendizado, promovendo informação de forma acessível e envolvente. A iniciativa representou um marco na história da escola e na minha trajetória profissional”.

Os estudantes também protagonizaram as ações e relataram experiências transformadoras. O aluno Manoel Rodrigues da Silva Neto, do Colégio Estadual Dona Guiomar Barreto Meira, localizado em Juazeiro, destacou a união e o engajamento coletivo. “O desfile mostrou que o povo preto tem voz e força. Foi tudo muito alegre, interativo e marcante, com a participação de alunos, professores, familiares e pessoas da comunidade, inclusive brancas e com deficiência, o que reforçou a importância do respeito e da inclusão”. O estudante do CODEFAS, Guilherme Pereira, também celebrou seu percurso. “Participar do evento fortaleceu meu letramento racial e minha educação antirracista. Foi a realização de um sonho e me fez entender que devemos ocupar nossos espaços com orgulho da nossa cor”.
 

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