24 de Abril de 2024

Carnaval à moda antiga: Maragojipe encanta com a tradicional festa de rua

Na Bahia, pierrôs, colombinas, arlequins, caretas, bobos da corte e mascarados têm encontro marcado no carnaval de Maragojipe. A cidade do Recôncavo Baiano, a cerca de 140 km da capital, é conhecida por preservar a tradição dos antigos carnavais de rua, inspirados nas festas europeias do século XIX. 

Maragojipe mantém a tradição das fantasias no Carnaval
(Foto: Nazaré Araújo / Divulgação )

 

Por aqui, a festa tem mais de cem anos de história e se mantém “pura”, sem trios elétricos e abadás. Sozinhos ou em grupos, os foliões se divertem interagindo com desconhecidos. Tem espaço para gente de toda a idade. Se os pequenos tiverem medo de caretas, é bom ter cuidado. 

Vá com cuidado, se as crianças tiverem medo dos caretas
(Foto: Divulgação )

 

As ferramentas de diversão são as surpreendentes fantasias, muitas delas feitas à mão, em uma espécie de resistência à era do plástico. Ainda continuam sendo inspirações os trajes venezianos dos séculos XVII e XVIII, personagens do teatro popular italiano e francês commedia dell’arte.

Mas se você aparecer vestido com algo comprado pronto nas lojas de comércio popular, não será discriminado. Só não espere vencer os concursos de fantasia. O tema por lá é coisa séria. É só entrar na festa e seguir o ritmo de filarmônicas, marchinhas entoadas por orquestras de sopro e percussão.

Caretas e fantasiados tomam as ruas de Maragojipe nos quatro dias de festa
(Foto: Carla Ornelas GOVBA / Divulgação )

 

Em 2009, o Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural (Ipac) deu ao carnaval do município o título de patrimônio imaterial da Bahia. Além do carnaval, a cidade rodeada de rios e manguezais tem muito a mostrar. E se você for um pouco mais curioso, dá para ver muito até mesmo no carnaval. 

Arquitetura é cenário para a festa de rua
(Foto: Carla Ornelas GOVBA / Divulgação )

 

Entre um pulo e outro, aproveite para observar a arquitetura colonial e os prédios tombados pelo Patrimônio, herança de quando o Recôncavo Baiano era o principal centro econômico do Estado, por causa da produção de cana-de-açúcar, fumo e outros gêneros. 

O coreto na praça da Matriz, a casa paroquial, a sede das centenárias filarmônicas Terpsícore e Dois de Julho e a Santa Casa da Misericórdia estão no circuito carnavalesco. A Casa de Câmara e Cadeia remonta ao tempo em que o General Labatut foi preso pelos portugueses e a população lutou pela Independência do Brasil, o que, deu à cidade o título de Patriótica Cidade de Maragogipe. Embalado pela animação das marchinhas, será difícil não ter a sensação de viagem no tempo. 

Praça da Matriz é reduto dos foliões
(Foto: Carla Ornelas GOVBA / Divulgação )

 

Preste atenção na Matriz de São Bartolomeu, construída no século XVII, no topo de uma colina para onde a cidade cresceu. Além das construções coloniais, também se destacam edifícios do século passado, como a antiga Vila Suerdieck e as ruínas da fábrica Dannemann. 

A cidade tem pouca infraestrutura de hospedagem, por isso é essencial se planejar com antecedência, se quiser aproveitar todos os dias de festa. À essa altura do campeonato, as opções certamente estão esgotadas. Nesse caso, vale recorrer às vizinhas Cachoeira (a 24 km), Cruz das Almas (46km) e Santo Amaro (64 km) para pernoitar.  A proximidade com Salvador também permite um bate-volta. 

Grupos fantasiados fazem a alegria do Carnaval de Maragojipe 
(Foto: Carla Ornelas GOVBA / Divulgação )

 

Em qualquer dos casos, calce sapatos confortáveis para andar nas ruas de paralelepípedo. Fantasiado ou não, tente usar roupas leves, pois a festa começa durante o dia, com o calor comendo no centro. 

A programação de 2018 ainda não foi divulgada, mas os dias mais fortes da festa de rua são sábado, domingo e segunda. Se ligue na página do Facebook do município para acompanhar as novidades. Se seguir o ritmo dos últimos anos, a festa deve ser dividida em dois espaços: Praça dos Mascarados (mais tradicional) e na Praça Arena (com shows de bandas).  

 

 

Se ligue! 
Carnaval de Maragojipe, a 140 km de Salvador
10 a 13 de fevereiro de 2018

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